Estou em busca da razão das coisas, do motivo pelo qual a humanidade insiste e persiste em sua existência mesmo em face à tantas calamidades. Vira e mexe, alguma situação horrenda como a colonização, a escravidão, o holocausto e, ainda mais admirável, o extermínio do povo palestino vem à nossa consciencia nos mostrar que o que somos dificilmente se entende ou se explica. Somos injustos, violentos, egoístas e não parece que temos sempre noção disso. Sempre penso em Dorian Gary, cheio de si, orgulhoso de sua vida e beleza, de repente, vendo a si mesmo em seu retrato cheio de vermes e maldições. Luta contra a imagem, a repuldia: "não sou eu", pensa ele, mas é, é sim. A humanidade é Dorian Gray, não há sentido em sua glória, na verdade sua glória quase sempre resulta em autodestruição. Por isso, persigo a razão da nossa insistência e revelo, criticamente a dureza da nossa imagem. Minha poesia é verdade, é difícil. Não falo de flores na janela, nem de cartas de amor. Eu falo do que somos e do que podemos aprender com isso.
O Urro de homem Rude é meu primeiro livro de uma nova fase, onde assumi o nome Beto Riel, um pseudomino que quis usar desde a juventude quando queria ser um cantor. Nesse trabalho minha atenção está voltada para a violência da polícia, o sofrimento dos palestinos, alguns conflitos pessoais dos indivíduos, como na poesia A feia, que parece ter encontrado algum prestígio com público, e de racismo, de solidão e da luta pela sobrevivência no capitalismo. Gostei muito de ter escrito esse livro e penso que as pessoas irão gostar de lê-lo também.
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Capa de O Urro de um Homem Rude |
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