A jornalista na tv disse que ela era uma mulher,
acho que queria interferir no sentimento
que a notícia causaria.
Mas ela não era uma mulher ainda,
ela era uma criança,
uma pequena criança
que precisava de ajuda.
É difícil entender o que se passa
nas mentes humanas;
jurava, juro,
que esse tipo de absurdo
não existia mais no mundo.
Ouvir sua voz é sofrimento;
ali, no carro,
rezando para Alá,
seu Deus
em busca de auxílio.
O último segundo,
o grito,
os tiros,
o surto,
o fim de tudo que é moral.
Verdade, é insuportável
e me enlouquece o cinismo
aqui, deste lugar,
onde jornalistas mentem,
distorcem
e profanam tudo
com insensatez.
Seu nome agora é uma bandeira
que se agita pelas ruas,
que é cantado,
que é ouvido,
que é sentido e vira poesia.
É luto,
é luta
e busca por justiça.